sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Open World Forum

Em outubro tivemos mais um Open World Forum, congresso que acontece anualmente para discussões a respeito de FLOSS (Free, Libre, Open Source Software).

Participei de um workshop com os demais países BRICs. Éramos vários representantes do Brasil, entre eles alguns dirigentes do Banco do Brasil e a diretora diretamente ligada à gerência de Inovação Tecnológica do Ministério do Planejamento. O link para os videos do evento é:
http://www.openworldforum.org/share/videos

quarta-feira, 10 de março de 2010

Caros Alunos, esse espaço agora será também dedicado à transmissão de informações a vocês a respeito da greve deflagrada na UnB no dia 09 de março

Estudantes a favor da greve

E-mailImprimirPDF

Correio Braziliense

Apesar de estarem conscientes dos problemas acadêmicos causados por uma greve, a maioria dos alunos da Universidade de Brasília entrevistados pela reportagem demonstra ser favorável à paralisação anunciada nesta terça-feira (9/3) por acreditar que o motivo dos professores é legítimo.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Os alunos manifestam um grande conhecimento sobre os desdobramentos da decisão do Tribunal de Contal da União (TCU). As assembleias, os professores e os amigos repassam as informações sobre a causa dos professores. O aluno do 5° semestre de comunicação social, André Louvem Shalders, procura ficar por dentro do que está ocorrendo e se diz a favor dos docentes. “Fico atualizado sobre o andamento destas questões pelos meus amigos que frequentam as assembleias.”

Aluno do 11º semestre de artes cênicas, Allonso Bento tem a previsão de formar este semestre. "É ruim estar finalizando os estudos e ser interrompido, mas esta greve é justificável. A minha formatura ficará dependendo do rumos da greve, e mesmo assim, apoio a causa. Quase todos os professores e técnicos são afetados pelo reajuste da URP. É um absurdo”, opina o jovem.

O estudante Ricardo Ono, do 3° semestre de direito, acredita que a paralisação possui dois pontos de vista. “Pelo lado dos professores, a greve é legítima. Porém, precisamos pensar que isto prejudica o nosso planejamento para o semestre”, argumenta. Caso a greve seja apoiada por todos os professores, Ricardo planeja estudar para concursos durante o tempo que ficará sem aulas. “A greve não pode ser imposta. Mas acredito que só existe este caminho para pressionar o governo.”

Já para o calouro de física, Thiago Fernandes, a greve é negativa para os alunos. “Depois teremos pouco tempo para estudarmos. Isto dificultará a nossa aprendizagem do conteúdo”, reclama.

Indignação

Prejudicados pelo reajuste da Unidade de Referência de Preços (URP), os docentes demonstram, em sua maioria, indignação por lutarem não pelo aumento de salário, e sim, para não perder uma porcentagem (26,5%) do que ganham.

Entre os professores da universidade, existem aqueles que não exibem uma posição clara e esperam o andamento da greve para decidirem o destino do semestre. “A greve é compreensível, mas a eficácia dela é duvidosa porque a posição do Governo Federal é nítida e os argumentos jurídicos são consistentes”, analisa o professor de sociologia da religião, Eurico Antônio Gonzales Cursino dos Santos.

Na avaliação dele, a greve só será válida caso haja o apoio da maioria da comunidade acadêmica. “Entrarei em greve se o movimento pela greve for massivo. Caso não, tenho que pensar nos meus alunos e na possibilidade de não haver reposição de aulas. Não posso prejudicá-los”, diz.

Outros professores já exibem uma posição mais estável. Como o professor de física térmica Marcelo Parise. “Parei desde hoje. É uma aberração diminuir o salário de um professor. Esta decisão prejudica não só o profissional, mas uma família”, protesta Marcelo. “É ridículo precisar lutar para não termos nosso salário diminuído”, acrescenta.

Os docentes não serão os únicos prejudicados com o corte da URP. Técnicos-administrativos também serão afetados, porém em menor parcela. Ricardo de Almeida, técnico em laboratório, trabalha há dois anos na UnB e e já se posicionou. “Estou esperando apenas a decisão do nosso sindicato para aderir à greve", afirma.

domingo, 1 de novembro de 2009

Prêmio do Open World Forum destaca Software Público


A experiência brasileira do Software Público teve destaque na premiação dedicada às políticas públicas do Open World Fórum, ocorrido na cidade de Paris no início de outubro de 2009. Um dos motivos para que o governo brasileiro recebesse o prêmio foi o caso de sucesso do Portal do Software Público Brasileiro.

Abaixo, matéria divulgada pela Internet a respeito do prêmio:

O prêmio foi um pingüim em metal, como pode ser visto na foto acima. Pela primeira vez, a organização do evento premiou empresas e organizações governamentais, reconhecendo as atuações de excelência no campo do open source.

No dia 02, pela manhã, foram apresentados pela professora Christiana Freitas os primeiros resultados da pesquisa a respeito das implicações sociais, políticas e econômicas do uso do software público no Brasil. O fortalecimento do software livre foi uma das questões que mereceram destaque na apresentação. A pesquisadora afirma que se percebe com nitidez que o software público amplia o uso do software livre no país, pois 81% dos pesquisados indicaram tal tendência.

Christiana Freitas informou que existe hoje um ecossistema de produção em torno do ambiente do Portal SPB e que além de locus de produção de conhecimento tecnológico, o Portal também pode ser considerado uma rede social que permite a acumulação de capital tecnológico-informacional pelos indivíduos que o usam, sendo este um dos fatores que resultam no crescimento, quase exponencial, do número de usuários do Portal.

Na sessão de encerramento, o Brasil recebeu o prêmio dedicado ao melhor formulador de políticas públicas na área de software livre e aberto. A professora Christiana Freitas, ao comentar sobre o prêmio, considerou que o software público é uma experiência que pode vir a se consolidar como uma política pública brasileira.

Na análise da pesquisadora, o prêmio é um reconhecimento da experiência do software público que em dois anos conseguiu agregar mais de 55 mil pessoas e disponibilizar 30 soluções para a sociedade brasileira em código livre, com garantias de serviço público e gerando oportunidades de negócios para diversas empresas nacionais e internacionais.

Conheça um pouco mais sobre o II Open World Forum

A Conferência Internacional "Open World Forum" se dedica a aqueles que criam soluções com código aberto e estimulam, das mais variadas formas, o seu desenvolvimento. A Conferência estrutura-se sob a coordenação de dois grupos temáticos. Um grupo orienta a exposição e análise da disseminação do software aberto no setor da indústria e do comércio e o outro tem como intenção divulgar e analisar as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento de software com código aberto no mundo.

A experiência do software público faz parte do ROADMAP2020, documento coordenado pelo Open World Forum. Neste ano foram apresentados os primeiros resultados da pesquisa sobre as implicações do software público na sociedade brasileira, material que vai compor a nova versão do documento.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Etnografia do software livre e aberto

Gostaria de indicar um site interessantíssimo de um pesquisador da área. Fausto Alvim estuda o software livre e nos apresenta excelentes reflexões em seu blog: http://sites.google.com/site/etnografiadosoftwarelivre/
Vale acompanhar!!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Resultados da Pesquisa sobre o Software Público Brasileiro

A partir de hoje vou começar a divulgar alguns resultados da pesquisa que coordenei sobre o impacto social do software público brasileiro.
Hoje já são mais de 25 softwares públicos presentes no Portal em www.softwarepublico.gov.br.
Cada software tem a sua comunidade.
É interessante ver que essas redes sociais não existem apenas para produzir software coletivamente. As redes são, essencialmente, redes de interação social - tal como outras encontradas no ciberespaço (orkut, twitter,etc.). E ser uma rede de interação social é uma das razões que a mantém viva. Objetivos políticos - como a defesa do software livre - ou profissionais, como a participação na rede para ser reconhecido pelos seus pares, são elementos que alimentam a rede e a sua expansão.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Movimentos sociais - seria o desenvolvimento do software público o início de um movimento social pela democratização do conhecimento e da tecnologia?

A internet tem uma série de qualidades para a articulação e comunicação dos movimentos sociais. Valoriza a produção colaborativa e não-linear, a individualidade e o anonimato. Mas andamos muito pouco até agora.

Por Corinto Meffe

Em novembro de 1999, a Organização Mundial do Comércio (OMC) testemunhou o poder das comunidades virtuais durante uma reunião em Seattle, nos Estados Unidos.

A Batalha de Seattle, como ficou conhecida, foi planejada com meses de antecedência por mais de 700 ONGs, por meio da articulação de comunidades na internet.

Mais de 50 mil pessoas saíram às ruas da cidade, em protesto organizado e não-violento, firmando posição contrária à formação de um mercado global dominado pelas corporações transnacionais. Foi um dos primeiros marcos importantes do poder das comunidades virtuais.

Depois de Seattle, outros movimentos e Dias de Ação Global tornaram-se nós de inúmeras redes virtuais, compostas por indivíduos conectados. Foi assim em Gênova, em julho de 2001, quando os manifestantes (cerca de 150 mil pessoas vindas de várias partes do mundo) foram esperados por soldados, numa demonstração da força de organização dos ciber-manifestantes.

O mesmo aconteceu no Fórum Social Mundial, cuja primeira edição foi realizada na cidade de Porto Alegre em 2001, com toda a sua organização realizada pela internet. O evento tornou-se um contraponto ao Fórum Econômico Mundial, de Davos, e representa o fortalecimento dessa resistência global contra o “pensamento único”.

A internet torna-se, hoje, uma alternativa de articulação e comunicação para os movimentos, que se apropriam de um conjunto de características da grande rede: comunicação multiusuários, produção colaborativa e não-linear, garantia da individualidade e do anonimato.

São características que aos poucos são incorporadas pelas organizações e movimentos sociais e transformam a sua forma de atuação. As implicações da interação do mundo presencial e virtual ainda estão longe de serem plenamente conhecidas.

Em paralelo ao avanço das comunidades virtuais, desenvolve-se uma espécie de inteligência coletiva da humanidade com alcance global, decorrente da liberdade de acesso ao conhecimento proporcionada pela internet, ainda que convivendo com muitas restrições em termos de universalidade.

Aceleradas na última década do século XX, as transformações têm sido marcadas por mudanças econômicas, políticas e sociais, tais como a criação de grandes blocos econômicos no planeta, a hegemonia das abordagens liberais, a economia digital e a explosão do ciberespaço e das comunidades virtuais.

A grande rede propicia tais transformações, mas os movimentos sociais e individuais são responsáveis pela produção e caracterização do espaço resultante, algo como a identidade do ciberespaço.

Organização social

Considera-se que as comunidades virtuais poderão contribuir de forma significativa para a prática da cidadania, da comunicação e da organização social, dando abertura a novos modelos políticos e econômicos. Um dos desafios é como desenvolver e disseminar o uso destas comunidades para que elas cumpram este papel de forma efetiva.

As novas relações sociais estruturadas no mundo virtual evidenciam que novas redes serão formadas. Ao contrário da crise de representatividade dos movimentos sociais, existe uma tendência de que novas organizações e mobilizações possam ser criadas e mantidas com base em outros princípios, dentre eles a colaboração, a cooperação, a meritocracia e a participação. O melhor cenário aponta que tais valores serão regra e não exceção.

Entretanto, surge um dilema referente à estrutura de formação destas redes, que verificamos na análise da pesquisadora Christiana Freitas, da Universidade de Brasília-UNB, ao afirmar que

“um dos grandes problemas que verificamos no comportamento do mundo presencial com relação ao mundo virtual é que os aspectos positivos do virtual chegam acompanhados dos mesmos vícios de origem das relações sociais tradicionais”.

Assim, mesmo com um cenário positivo, nada surgiu de novo depois da Batalha de Seattle, pois o que poderia se tornar um grande movimento social constante e articulado, como nunca antes se viu, aparenta ser um evento que beira o modismo ou algo isolado.

Superar os vícios tradicionais dos movimentos sociais

Na verdade, como nos ensina Christiana Freitas, temos que superar alguns vícios tradicionais dos movimentos sociais. O desafio não é trivial, pois precisamos superar o individualismo, as reuniões inócuas, o adiamento constante de questões prementes e substituí-los pela pró-atividade, objetividade, coletivização e colaboração nas ações.

Percebemos então que a Batalha de Seattle está longe de ganhar a guerra da transformação social. Infelizmente, toda essa articulação ocorre em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, bem distantes da realidade de países periféricos e da maior parte da África. Assim, o desafio maior atualmente passa a ser a garantia do acesso à tecnologia da informação como um direito social, o combate à exclusão digital como uma bandeira de todas as organizações sociais e a re-estruturação educacional, uma emergência.

Faz-se necessário conjugar as mudanças de comportamento, dos indivíduos e das organizações, com as questões políticas de maior envergadura e apenas assim as transformações proporcionadas pela tecnologia da informação realmente modificarão a vida da maioria da população, dando a ela a oportunidade de escrever sua própria História no mundo presencial e no virtual. [Webinsider]

…………………

Artigo publicado na edição número 46 da Revista A Rede, da Momento Editorial.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Uma das características mais fascinantes do momento em que vivemos é a produção compartilhada de informação, conhecimento e tecnologia. Em várias pesquisas sobre sites, por exemplo, é notória a produção coletiva da informação que é passada adiante, sempre com nuances, sempre em constante mutação. Assim acontece com o conhecimento e com alguns artefatos tecnológicos, como o software livre. O software público pode ser compreendido como uma variação do software livre, sendo que se diferencia deste basicamente em função do seu caráter de bem público. Seu espaço de manutenção e continuidade é garantido pelo Governo Federal. Atualmente, são mais de 25 softwares no ar, no Portal do Software Público (www.softwarepublico.gov.br). Neste espaço, estão as comunidades que gerenciam cada software, coletivamente construído. São comunidades - ou redes sociais - que crescem muito rapidamente. Há alguns meses atrás, o aumento de usuários do Portal era de 1.500 novos cadastrados a cada mês. Hoje, esse número já é bem maior. Tal como o Twitter e outros espaços de redes sociais, o Portal é utilizado para fins diversos, explicando essa multiplicação significativa de usuários. Além da troca de conhecimento e informação, o espaço proporciona um ambiente em que os indivíduos estabelecem laços e relações sociais com o intuito, por exemplo, de ampliar suas oportunidades no mercado de trabalho.